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Kristin Burnham
Kristin Burnham
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2 minutos de leitura

Como a inclusão ganhará a batalha por talentos na tecnologia

As empresas estão com dificuldades para contratar e reter talentos no setor de tecnologia. Uma força de trabalho diversificada é fundamental para atingir esse objetivo.

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Na sua primeira semana como profissional de marketing de produto em uma startup de tecnologia no Vale do Silício, Adriana Gascoigne recebeu um e-mail assustador, enviado por um dos principais engenheiros da empresa. O e-mail descrevia em detalhes como ele adorava a aparência e o aroma dela e expressava seu desejo de estar com ela. O conteúdo era tão inadequado que Adriana pensou que fosse spam.

“Foi o começo de uma série de problemas”, ela relata.

Nas semanas e meses seguintes, Adriana sofreu outros assédios sexuais, foi vítima de linguagem de baixo calão e precisou lidar com um supervisor que a considerou muito sensível quando relatou esses problemas.

“Não era um ambiente de trabalho digno de grupos diversificados, principalmente para mulheres”, lamentou Gascoigne. Eu pensei que as coisas fossem assim e que precisaria aceitar tudo aquilo. Isso me deixou triste porque conheci várias outras pessoas que estavam passando pelas mesmas situações”.

“Eu pensei que as coisas fossem assim e que precisaria aceitar tudo aquilo.”


Essa terrível descoberta inspirou Adriana a fundar a Girls in Tech (em inglês), uma organização mundial sem fins lucrativos dedicada a criar e promover uma força de trabalho diversificada e inclusiva. Com aulas e treinamentos online e presenciais, a Girls in Tech capacita, educa e orienta mulheres com desenvolvimento profissional, recursos educacionais e oportunidades de emprego. Desde sua criação em 2007, o grupo alcançou mais de 80.000 integrantes em 55 agências espalhadas por 38 países.

Diversidade, equidade e inclusão (DEI) estão entre os problemas mais graves enfrentados hoje por empresas de tecnologia, conforme constatações do relatório Futuro da TI (em inglês) da Pega. Embora o setor de tecnologia demore a promover mudanças, segundo Adriana, os benefícios para as empresas que adotam o caminho certo são enormes.

E as estatísticas comprovam isso. De acordo com a McKinsey, as empresas que focam em diversidade étnica e cultural têm 33% mais chances de atingir maior lucratividade; o Boston Consulting Group relata que as empresas com equipes de gerência diversificadas obtêm 19% mais receitas. Os benefícios não param por aí: equipes organizacionais focadas em diversidade e inclusão tendem a apresentar os mais altos níveis de engajamento, como atesta um estudo da Delloite. Além disso, a Harvard Business Review afirma que equipes diversificadas resolvem problemas em menos tempo do que equipes cognitivamente similares.

Apesar dessas vantagens inegáveis, muitas empresas de tecnologia sofrem para melhorar nessas áreas. O Google, por exemplo, aumentou o número de mulheres na sua força de trabalho de 30% para apenas 32% entre 2014 e 2020. O porcentual de mulheres na força de trabalho do Facebook também está aumentando lentamente, tendo crescido de 31% para 37% no mesmo período.

Talvez isso aconteça porque é complicado implementar melhorias em DEI. As conversas necessárias são mais difíceis. “Muitas pessoas não querem falar sobre isso, muitas vezes por medo de dizer algo errado”, comenta Adriana. A equipe executiva sente pressão porque percebe a importância da DEI.

“O argumento é ‘temos que implementar diferentes táticas e ideias para cumprir com a DEI’, mas acabam contratando pessoas que não merecem os cargos, o que gera controvérsias e conflitos dentro das empresas”, explica.

Melhorar a DEI é um processo demorado. Existem, no entanto, algumas etapas que as empresas podem seguir para avançar. Gascoigne diz que tudo começa com uma auditoria para entender diferentes fatores, incluindo as lacunas que precisam ser preenchidas para criar um melhor ambiente de trabalho. As empresas devem examinar suas políticas para encontrar oportunidades de aumentar a diversidade e a inclusão, seguindo um roteiro e garantindo que seja adotado por toda a organização. Elas também precisam oferecer treinamentos em liderança, mentorias e programas de apadrinhamento, bem como grupos de ajuda a funcionários.

Pode ser uma jornada difícil, mas é produtiva e vale todo o esforço, como a própria Adriana testemunhou. “As empresas passaram a contratar executivos com DEI em mente e estão se responsabilizando pelos problemas. Mesmo que lentamente, o panorama está mudando. O ingresso de mulheres nas empresas de tecnologia está aumentando em todo o mundo, e é empolgante ver isso”;

“Mesmo que lentamente, o panorama está mudando. O ingresso de mulheres nas empresas de tecnologia está aumentando em todo o mundo, e é empolgante ver isso.”


Para ajudar a acelerar o processo, Adriana Gascoigne está preparando para 2022 novos programas, cursos de desenvolvimento de habilidades, oportunidades de aprendizado online, maratonas tecnológicas, programas de mentoria e eventos presenciais.

“Temos orgulho em desenvolver uma comunidade não apenas para nossos membros, mas também para empresas, instituições, órgãos governamentais e redes de mídia trabalharem juntos e criarem uma cultura de trabalho em que não existam problemas de equidade, inclusão e diversidade. Precisamos de apoio coletivo para resolver esses problemas, e estamos avançando.”

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