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Claire Pierre
Claire-Cecile Pierre
Diretora médica associada e vice-presidente de saúde comunitária no Brigham and Women's Hospital (Boston, EUA)
3 minutos de leitura

Equidade na saúde com eficiência operacional

O que é e como funciona?
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Eu cresci no Haiti, onde testemunhei o sofrimento e a desigualdade no acesso à saúde em diversas comunidades. Como médica, vi as mesmas coisas nos EUA e em outros países.

O lado bom é que a tecnologia tem muito potencial para reduzir tanto o sofrimento quanto as desigualdades na área médica. Pense na adoção em massa da telemedicina durante a pandemia. Por intermédio de plataformas de vídeo, pacientes isolados em casa puderam ser atendidos quando precisaram. Para os profissionais de saúde, as operações foram otimizadas com menos ausências e maior facilidade para receber novos pacientes que não podiam comparecer fisicamente às clínicas.

Mas, mesmo com o atendimento online, ainda há desigualdade. Centros médicos comunitários que atendem qualquer pessoa nos EUA, mesmo que não possuam condições de pagar pelo serviço, relatam o problema de pacientes sem acesso à banda larga. Ou a um computador. Se o atendimento tecnológico não for pensado tendo em mente os possíveis usuários e se não resolver as barreiras que podem existir, corre-se o risco de gerar ainda mais desigualdade. E isso vale especialmente para os mais idosos, que não têm tanta destreza nos meios digitais, falam idiomas diferentes do da plataforma, que aprendem de outras formas ou não têm como pagar as ferramentas.

Se o atendimento tecnológico não for pensado considerando os possíveis usuários e se não resolver as barreiras que podem existir, corre-se o risco de gerar ainda mais desigualdade.


Uma forma de abordar essas questões é investir em empreendedorismo na saúde, com foco na equidade. A próxima geração de líderes empresariais e tecnológicos precisa incluir, em suas equipes, profissionais com diversidade de culturas, gêneros e condições neurológicas. É preciso projetar em conjunto com os usuários, não para eles. Essas abordagens promovem eficiência operacional e também impulsionam o alcance.

Para fazer do jeito certo, é preciso pensar em questões como: E se o paciente for cego? Como essa pessoa terá acesso ao atendimento? E se ela precisar se deslocar 30 km para ter acesso ao produto ou serviço? Imagine um pintor que recebe por hora e pode perder meio dia de trabalho para ir a uma consulta.

E se fosse possível criar uma ferramenta que resolvesse esses problemas, sem exigir tanta largura de banda quanto a telemedicina, trazendo mais pacientes e eficiência operacional? Uma tecnologia assim melhoraria o acesso para todos e reduziria as desigualdades para milhões de cidadãos.

E se fosse possível criar uma ferramenta que resolvesse esses problemas, sem exigir tanta largura de banda quanto a telemedicina, trazendo mais pacientes e eficiência operacional?


Cada vez mais, os investidores reconhecem que falta diversidade nos empreendedores em quem investem. O sistema perpetua algumas desigualdades atuais, pois as soluções são pensadas sem levar em conta a opinião ou a liderança de pessoas marginalizadas e excluídas. Os investidores devem criar parcerias com quem tem experiência prática e formar portfólios com empreendedores mais diversos. Talentos não falta.

Trabalho com tecnologia e equidade na saúde há duas décadas, contando com meu cargo atual de liderança no Centro Médico Comunitário e Igualdade em Saúde. É perceptível que há muito espaço para novas tecnologias e para mudanças no acesso à saúde. Sou otimista e acho que podemos gerar efeitos muito positivos se mantivermos o princípio da equidade como nossa meta.

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